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Como jornalistas podem se proteger durante as eleições

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por Victor Moura | set 8, 2022

A Ajor mapeou ferramentas que auxiliam comunicadores na segurança e no preparo para a execução de reportagens 

Os insultos e ameaças contra jornalistas, que já atingiram níveis históricos no Brasil, se intensificaram ainda mais durante a disputa eleitoral. Entre os dias 29 de agosto e 4 de setembro, a Repórteres sem Fronteiras (RSF) registrou 33.737 postagens nas redes sociais com termos associados a ataques e intimidações contra a imprensa. 

Os dados fazem parte do projeto “Imprensa sob pressão no Brasil”, realizado em parceria com o Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Durante as eleições, a iniciativa vai fazer um monitoramento sistemático das redes sociais, em particular do Twitter, para analisar e decifrar o alcance e os padrões por trás da hostilidade crescente contra o jornalismo. 

As manifestações pelo 7 de Setembro, nesta quarta, também foram marcadas por casos de perseguição contra comunicadores. Como é o caso da jornalista Vera Magalhães, apresentadora do programa Roda Vida, que teve seu rosto estampado em uma faixa exibida por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que criticam sua atuação profissional. 

No relatório do estudo, Emmanuel Colombié, Diretor do escritório da RSF para a América Latina, afirma que a análise aprofundada dos ataques online contra a imprensa é fundamental para entender o papel do espaço digital no ambiente estrutural da violência contra jornalistas e comunicadores no Brasil e pensar em soluções mais efetivas para combater esse fenômeno. 

Assim como a RSF, outras organizações em defesa da liberdade de imprensa têm se organizado para oferecer ferramentas  de orientação e  segurança para os profissionais de jornalismo diante do cenário preocupante. Conheça algumas destas iniciativas:

Cartilha sobre medidas legais para a proteção de jornalistas contra ameaças e assédio on-line 

Lançada em 2020 pela  Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e o Observatório de Liberdade de Imprensa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a publicação fornece orientações sobre como proceder em caso de ataques virtuais e assédio sofridos por profissionais da imprensa.

Guia para fortalecimento da proteção integral em redações e coletivos de comunicação comunitária 

documento, produzido pela Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores, reúne análises e sugestões de práticas a serem adotadas por jornalistas e comunicadores para aumentar a segurança de suas atividades jornalísticas.

 “Proteção dos Jornalistas: Segurança e Justiça na América Latina e no Caribe”,

ebook gratuito é uma compilação de artigos produzidos ao longo de oito meses pela equipe da revista digital do Centro Knight Para o Jornalismo nas Américas, a LatAm Journalism Review,. 

O projeto, editado pelo jornalista mexicano Javier Garza e coordenado por Teresa Mioli, do Centro Knight, apresenta estudos de casos de países e detalhes nunca antes relatados de violência contra profissionais da imprensa. Além disso, inclui guias sobre como se manter seguro ao cobrir protestos e conflitos violentos e analisa os atrasos na criação de sistemas para proteger os jornalistas, bem como as falhas nos mecanismos destinados a evitar a impunidade.

Online Harassment Field Manual 

Editado pela PEN America, este manual contém estratégias efetivas e recursos que os jornalistas podem usar para se proteger do assédio online, em suas diferentes formas, além de como responder aos ataques. Traz também práticas para o autocuidado, e orientações de como buscar apoio nesses casos.

Guia de Análise de Ameaças 

Editado pela organização Privacidade para Jornalistas, o projeto tem como objetivo ensinar jornalistas sobre os perigos que podem encontrar num ambiente digital e como combatê-los, de modo a ajudar a garantir a privacidade dos profissionais e o sigilo de suas fontes. 

Violência de Gênero Contra Jornalistas 

O projeto Violência de gênero contra jornalistas, que conta com o apoio da UNESCO, é uma derivação do monitoramento de ataques à imprensa, feito anualmente pela Abraji usando os indicadores da rede Voces Del Sur. Ele apresenta dados sobre os ataques com viés de gênero e casos que vitimaram mulheres no Brasil em 2022. Também é possível denunciar casos diretamente na plataforma.

A Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores

Rede é fruto de uma articulação entre organizações da sociedade civil com jornalistas e comunicadores de todo o Brasil. Encabeçada pelo Instituto Vladimir Herzog e pela Artigo 19, a iniciativa pretende combater o avanço dos ataques e das ameaças à liberdade de expressão, por meio da denúncia de casos, de processos de formação e de estratégias para garantir a participação de diferentes atores que podem e devem contribuir com a segurança dos profissionais da imprensa.

Imagem de divulgação: Freepick 

Reprodução / Portal Ajor – Associação de Jornalismo Digital

Link para o portal:

https://ajor.org.br/como-jornalistas-podem-se-proteger-durante-as-eleicoes/

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